quarta-feira, 13 de abril de 2011

Como nos enganamos fugindo ao amor! Como o desconhecemos, talvez com receio de enfrentar sua espada coruscante, seu formidável poder de penetrar o sangue e nele imprimir uma orquídea de fogo e lágrimas . Entretanto, ele chegou de manso e me envolveu Em doçura e celestes amavios. Não queimava, não siderava; sorria.Mal entendi, tonto que fui, esse sorriso.Feri-me pelas próprias mãos, não pelo amorQue trazias para mim e que teus dedos confirmavamAo se juntarem aos meus, na infantil procura do outro, O outro que eu me supunha, o outro que te imaginava, quando - por esperteza do amor - senti que éramos um só.( Carlos Drummond de Andrade).

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